quarta-feira, agosto 04, 2010

analise do jogo [starcraft II]

Existem motivos para um título ser tão aguardado. O passado da empresa que o desenvolve é um dos fatores para mostrar que existe um sentido por trás de tanta demora para chegar no produto final. Veja o caso de Starcraft II: Wings of Liberty, que ficou dois anos sendo confeccionado longe do público e para só depois ser anunciado oficialmente (maio de 2007). O motivo, nesse caso, era simplesmente um: não decepcionar nenhum fã da série. A responsabilidade de fazer uma continuação para um jogo tão famoso não foi um fardo para a Blizzard, na verdade a empresa foi além. Ela aprendeu com os erros de Warcraft III, ouviu os coreanos que jogam profissionalmente, testou umas coisas aqui e outras ali. O resultado é simplesmente fantástico.

O capricho é notável desde a instalação, que faz um resumo dos acontecimentos de Starcraft e sua expansão, Broodwar, o que é bom tanto para lembrar os fatos de 12 anos atrás, quanto para situar os novatos. Nesse processo você descobre as três raças (Terranos, Zergs e Protoss), os protagonistas do embate (Kerrigan, Raynor, Mengsk etc). Depois da lição de história, o jogo é apresentado com uma cena em CG que deixa o queixo caído. Chegando no menu principal a vontade de jogar se torna palpável e quase incontrolável. Nada mais impede separa você das suas unidades de combate – é hora do pau.

Estrategicamente calculado
Antes de falar das batalhas épicas é preciso ter calma e explicar os fundamentos primordiais. Starcraft II acontece no distante século XXVI, no qual a raça humana, os Terranos, disputa a sobrevivência contra os insectóides Zergs e os robóticos Protoss. Porém a Blizzard foi genial ao não determinar claramente quem é o “mocinho e o bandido” dessa história. Tudo fica nas entrelinhas, cada lado tem sua visão do que é certo e errado e possui seus próprios heróis de guerra.

A história de Wings of Liberty é focada nos Terranos e mostra como os rebeldes tentam arrancar o tirano Arcturus Mengsk do poder. Porém no trajeto para a revolução Zergs e Protoss entram no caminho, cada um deles com seus anseios e conflitos. O canastrão Jim Raynor é o líder da revolução e será pelos olhos deles que você verá a aventura se desenrolar.

O desenrolar da história conta com 29 missões, sendo 26 delas sob o olhar dos Terranos e o restante sob o controle dos Protoss. Mas a campanha solo também tem combates opcionais (28) que servem para desenvolver os equipamentos e descobrir novas técnicas de combate. Esse é o ponto de parada inicial para qualquer iniciante, pois você vai aprender como é o desenrolar do jogo e como pensar estrategicamente. Isso não vai ser o suficiente para você disputar uma partida contra os sul-coreanos, mas ainda assim é uma boa base.

Entre as missões são apresentados alguns elementos de RPG, como conversar com outros personagens e pesquisar evoluções para as suas unidades. O interessante é que existem unidades exclusivas para a campanha, como o Morcego de Fogo, por exemplo. Elas servem para deixar Raynor melhor preparado para os desafios que serão apresentados, mas nada que tire a emoção das batalhas.

Além do lado didático, o modo de campanha mostra uma boa história, porém ela só fica realmente emocionante nas últimas missões. O que incomoda é que os diálogos foram construídos em cima de frases de efeito, dando a impressão de terem vindo diretamente dos filmes de Chuck Norris.

O maior problema, no entanto, está na localização. Veja bem, a reclamação não é pelo fato do jogo estar em português do Brasil, mas pela falta de cuidado no processo. Os dubladores da versão nacional foram mal selecionados, deixando qualquer diálogo cômico, principalmente quando Matt Horner ou Tychus Findlay estão presentes na cena, talvez a exceção seja Jim Raynor, que tem um ator que combina com o herói. Isso seria resolvido facilmente caso o idioma original fosse incluído no disco (assim não haveria sobre o que reclamar, concorda?).

Entendido e a caminho
Quem estava esperando por uma revolução na jogabilidade de Starcraft II vai ficar um pouco desapontado, pois o jogo mantém a base do jogo original – e isso é uma coisa boa. Os Terranos, por exemplo, continuam tendo a liberdade de construir as suas bases em qualquer ambiente, o contrário do que acontece com os Protoss e Zergs, que precisam colocar suas bases em terrenos preparados para receberem suas bases.Dessa vez a diferença entre cada raça está mais enfatizada. Você não verá centenas de Protoss atacando e mesmo assim vai perder muitas estruturas por onde eles passarem. O medo será quando avistar um enxame Zerg passando por cima das suas defesas. As unidades continuam tendo o equilíbrio característico e estratégias interessantes para cada tipo de situação. As novas unidades e construções se encaixaram bem e não oferecem risco em desestruturar o jogo.

As disputas online são emocionantes, mas é bom que você e seus amigos tenham uma boa internet de banda larga, pois a quantidade de dados enviados e recebidos é enorme. Nos testes do GameTV foi praticamente impossível jogar uma partida entre oito jogadores usando uma conexão de 512 kbps (em 1 Mbps as batalhas rolaram numa boa). Ainda no aspecto técnico é bom lembrar que não é necessário ter um computador da NASA para ter um bom desempenho – o que é um bom sinal para os jogadores brasileiros.

Starcraft II é um jogo que valoriza quem sabe formular estratégias. Usar as unidades certas no momento certo, gerenciar a expansão da base e saber proteger o seu centro de treinamento são coisas que se aprende com o tempo. No início as derrotas são comuns, mas basta assistir alguns replays para aprender onde você errou e onde o adversário se sobressaiu. Logo você estará sobrevivendo e atacando com mais eficiência e se tornando o melhor jogador da partida.

Em resumo, Starcraft II é um jogo pensado no jogador de estratégia. Quem quer apenas acompanhar uma história de ficção cientifica vai ter isso na campanha solo. Wings of Liberty pode ser comparado com o Xadrez. A mecânica é simples de ser aprendida, porém ser um mestre é uma história completamente diferente.

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